O método foi testado para explicar cada passo do processo e responder ao questionamento: o orgasmo tem realmente poder de cura?
“Apesar de ser sobre sexualidade — a energia mais potente do ser humano —, a massagem tântrica não é sobre sexo!”
Há muita curiosidade nos tempos recentes sobre a massagem tântrica. Afinal, qual é o motivo de existir uma técnica que utiliza o toque corporal com propósitos de ativar prazer e despertar o potencial orgástico do ser humano? Será que faz sentido uma sessão terapêutica lidar com algo tão complexo quanto o prazer? Será que isso configura uma prática sexual? Na Kaya Terapias, todos os terapeutas que fazem parte da equipe passaram por um longo e contínuo processo de formação, onde, além do aprendizado de inúmeras técnicas de movimentação da energia, buscamos refinamento no servir. Isso significa, entre outras coisas, assegurar uma conduta ética e profissional, para que as sessões de massagem tântrica que oferecemos jamais se apoiem em qualquer conduta sensual ou sexual. Afinal, é quando experimentamos o prazer neste contexto “não sexual!” e “não sensual” é que acontece alguns dos aspectos “medicinais” do contato com a energia sexual, e muitas curas advém dessa experiência.
Recentemente a Coluna “Pouca Vergonha” do Jornal Metrópoles testou uma sessão com a única finalidade de experimentar a cura orgástica por meio da massagem tântrica. A primeira coisa a ressaltar é: apesar de ser sobre sexualidade — a energia mais potente do ser humano —, a técnica não é sobre sexo. Não se trata de uma masturbação, mas sim de uma terapia que tem como objetivo utilizar o prazer como algo sagrado e de conexão espiritual, um meio de liberar energias presas.
É importante entender que a energia sexual não rege apenas o sexo. Quando explorada e direcionada de forma adequada, ela impacta positivamente todos os aspectos da vida: criatividade, disposição, comunicação etc. Logo, isso faz do Tantra uma terapia integrativa que, junto a outras (medicina, psicoterapia, medicamentos e hábitos saudáveis), garante uma vida saudável e equilibrada.
As sessões normalmente passam pela condução de alguma meditação ativa. Essa prática ajuda a ter atenção plena, percepção do corpo e ativação de canais de expressão da energia corporal. Afinal, Tantra oferece experiências voltadas para a corporificação.
A jornalista relata que os pés foram fincados no chão com as pernas semiflexionadas — o que permitiu ter um contato maior do pé com o solo. A fim de ativação do chakra laríngeo, uma respiração profunda pela boca foi praticada, deixando o ar passar pela garganta e respeitando a vontade do corpo. As instruções sempre são voltadas para abrir os canais de expressão, sempre que houver algo que ative essa necessidade. Se quiser gritar, grite; se quiser mexer a língua, mexa. A ideia essencial é começar a botar para fora o que precisa sair.
Na fase seguinte, teve início o processo da massagem tântrica. A pessoa retira as suas roupas e se deita no colchão, de pernas esticadas e barriga para cima. O tantra é uma terapia executada de forma séria e respeitosa. Não é uma troca sexual, não tem carícias. Só o paciente fica sem roupas. Todo toque íntimo é feito com luvas. O paciente direciona tudo que acontece (podendo pedir para parar, por exemplo) e, mesmo com o formulário e o consentimento inicial, sempre o terapeuta irá pedir permissão para acessar o corpo da pessoa a cada passo.
Massagem
Frequentemente, a etapa da massagem tântrica é dividida em três partes: sensitive, toques mais intensos e estímulo de cunho genital. Todo o corpo é tocado na etapa da Sensitive, exceto os genitais. Os toques são sempre muito leves e contínuos, para ativar a sensibilidade, principalmente das áreas que no dia a dia não são tocadas.
Depois, a sessão migra para estímulos mais fortes, com o auxílio de óleo para a massagem, nas mesmas áreas que foram estimuladas na Sensitive. Normalmente, estas duas primeiras partes são feitas com a pessoa deitada de barriga para cima, de lado e de costas. A massagem genital somente começará após estas etapas iniciais.
A jornalista descreve a sua experiência: “A terapeuta pergunta se pode prosseguir e começar os toques íntimos. Ao dizer que sim, de olhos fechados, eu consigo ouvi-la colocando as luvas. Primeiro, a massagem é focada na parte externa da vulva, também com o óleo. Durante esse processo, somos incentivados a fazer movimentos com a pelve, se acharmos necessário, para ativarmos o nosso prazer. Após alguns minutos, tive o meu primeiro orgasmo na sessão. Apesar de não ter sido o primeiro orgasmo que tive na vida, a sensação foi diferente — medicinal em vez de sexual, eu diria. Antes, durante e depois, a indicação é que não paremos de respirar fundo para não acumularmos a energia que quer ser liberada, e também de não resistirmos aos impulsos motores causados pelas sensações, ou seja, está liberado se mexer, reagir a espasmos etc. Após retomar a respiração, começa a massagem genital interna.”
Os estímulos feitos em uma sessão terapêutica com massagem tântrica não possuem finalidade masturbatória. Trata-se de uma jornada de conhecimento dtencial sensorial e energético das estruturas genitais.
A jornalista continua a descrição da sua experiência: “Depois de alguns minutos nessa jornada de autoconhecimento, tive o segundo orgasmo. Após me acalmar — sem nunca parar de respirar fundo —, a terapeuta se retira e fica ao lado do colchonete, conduzindo, só com sua voz, outra meditação. No nosso tempo, vamos “voltando para a Terra”, mexendo as mãos e os pés, tomando consciência do espaço e, finalmente, abrindo os olhos.”
Qual o relato do que foi sentido pela jornalista?
A jornalista deixa um impressionante e sensível relato sobre a experiência que teve com a massagem tântrica:
“Durante a massagem, esqueci que havia outra pessoa na sala. Era só eu e o meu corpo, meu templo, as minhas sensações e, claro, memórias. Fui transportada para vários momentos enterrados na minha lembrança……. Ao fim de toda essa avalanche de memórias e dúvidas, um grito. É assim que passei a encarar um orgasmo a partir daquele dia. Costumamos achar que o orgasmo é apenas o ápice do prazer, o objetivo de uma transa, um simples e momentâneo gozar. Mas, apesar de silenciosa, a sensação foi a mesma de quando estou explodindo com o transbordar de alguma emoção e me vejo sem outra saída que não seja gritar ….. o orgasmo, tal qual aquele grito que solta tudo que está preso na nossa garganta nos adoecendo, é liberação. Libertação.”
Nós, terapeutas da Kaya Terapias, agradecemos imensamente a pessoas como a jornalista Thamara Maria, do jornal Metrópoles, por trazerem de forma sensível luz para esse processo terapêutico tão importante e transformador como é a massagem tântrica, desde que seja conduzida por terapeutas especializados e eticamente conscientes de seu papel de neutralidade no processo terapêutico.
Via: metropoles
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