O corpo humano é um veículo de percepção sensorial, por onde entramos em contato com o mundo vivo.
Pode parecer óbvia essa frase, mas não tem sido assim na experiência da grande maioria das pessoas. Para elas, o corpo humano é a parte de nós que precisa ser cuidada para que não nos deixe na mão durante a caminhada, ou consertada, para que não comprometa a imagem que egoicamente decidimos que é preciso mostrar ao mundo e às pessoas.
Quase não há motivação natural por parte das pessoas em usufruir do corpo como sendo uma sabedoria que diz sobre nós, que nos ensina sobre nossas necessidades e potenciais, e que nos coloca em contato com a interação energética mais profunda com as pessoas, a natureza, o ar e demais elementos naturais e a nossa espiritualidade.
Pelo nosso corpo sentimos a vida nos tocar, e experimentamos isso pelos movimentos da energia em nós. Nosso corpo está programado para experimentar prazer, medo, raiva, tristeza, alegria, ansiedade, vergonha, inveja, tédio e todo um conjunto de experiências energéticas chamadas emoções.
Essas experiências são todas fundamentais para que exista VIDA se movimentando em nós, sob a forma de ENERGIA VITAL!
Quando há movimento da energia vital, há um corpo vivo. Quando há um corpo vivo, fica mais fácil entendermos quais são as nossas virtudes, nossos medos, nosso potencial, nossos propósitos e nossas armadilhas autoimpostas. Essas armadilhas surgem a partir das crenças errôneas que formulamos sobre nós mesmos, sobre como o mundo nos vê e sobre quais as aventuras, riscos e oportunidades a vida pode nos oferecer.
Quando há um corpo vivo, fica mais fácil sabermos quais são as nossas necessidades reais, nossos limites a serem protegidos e nossas feridas abertas na relação com os pais, com o mundo, com a espiritualidade.
É mais provável EXPERIMENTAR O AMOR quando se habita um corpo vivo!
Para nós, o amor é um estado de receptividade, não um fazer. O amor é uma abertura para ser tocado, para deixar que o outro chegue e nos toque.
Quando amamos a nõs mesmos, somos capazes de nos receber como somos, sabendo que nada é permanente, ou seja, que o que experimento hoje como “pacote” de experiências pode ser transformado. Afinal, o ser humano é um animal capaz de transformar as suas energias.
Quando amamos o outro, somos capazes de receber esse outro como ele ou ela é. Quem somos nós para decidir o que precisa ou não ser “consertado” no outro? quem somos nós para assumir qualquer papel de “mudar” a vida do outro? É lindo servir como inspiração, é gratificante entregar o nosso melhor e deixar que esse melhor provoque no outro movimentos de desenvolvimento pessoal. É importante dizer para o outro qual a nossa necessidade, e como nos sentimos ao conviver com a maneira de atuar na vida que essa outra pessoa manifesta. Mas AMAR passa por receber o outro ser real, não a projeção do que gostaríamos que ele ou ela fosse ou fizesse.
É um ATO DE CORAGEM habitar e amar um corpo vivo!
Afinal, a nossa cultura nos condicionou a CONTROLAR o corpo, estranhar, temer, dominar, silenciar, enrijecer, doutrinar, sublimar, embelezar, consertar, porque é preciso atender a certos padrões culturais que determinam o que é “certo”, “melhor”, “mais bonito”, “bem sucedido”, etc.
Quando de fato habitamos um corpo vivo, resgatamos o autoamor incondicional com as nossas qualidades e especificidades. e desenvolvemos o nível de consciência necessária para sentir quais partes em nós pedem atenção, pedem acolhimento, pedem por mais vida, mais energia, mais movimento.
Portanto, há muita LUZ disponível quando se ama e celebra o corpo vivo, quando nos rendemos a ele, e criamos as condições para que ele se expresse em toda a sua sabedoria.
Restaurar a expressividade do corpo
....... é restaurar QUEM VOCÊ VERDADEIRAMENTE É
....... é se conectar com SEUS PROPÓSITOS mais profundos e essenciais
....... é realizar que somos seres em CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO
Texto escrito por Osmar Shantideva
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