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Medo da Entrega: trabalhando o corpo que teme o amor

  • Foto do escritor: Shantideva
    Shantideva
  • 28 de mai.
  • 2 min de leitura

O corpo é o guardião da nossa história emocional. Ela carrega as marcas daquilo que já vivenciamos, como assinaturas de energia que moldam de alguma maneira a sua capacidade de resposta aos estímulos da vida. Algumas histórias nos trazem alegria, boas lembranças, e o corpo manifesta sensações e expressões que dialogam com essas qualidades de expansão e prazer. 


No entanto, algumas histórias armazenadas no corpo estão ligadas a algo que nos faz sofrer e contrair. Podem ser histórias de abandono afetivo (por exemplo, pais que não puderam nos dar carinho e afeto), de abusos (quando nossos limites são invadidos e não temos força ou recursos emocionais para nos proteger), de falta de afeto, traumas, sentimentos de inadequação, culpa, vergonha, medo, e por aí vai.


Se estas assinaturas de energia decorrentes destas histórias emocionais não são curadas, seguiremos alimentando o medo de senti-las. De maneira inconsciente, organizamos maneiras de conter os fluxos energéticos associados com o sentir, seja contraindo nossos músculos, seja superficializando a respiração. Assim, desenvolvemos mecanismos de contenção dos fluxos de energia, e transformamos estes mecanismos em condicionamentos de resposta, ou seja, uma maneira automatizada de responder sempre que alguma interação com a vida represente a “ameaça” de sentir aquela dor que não queremos sentir.


Assim, não nos entregamos por inteiro à vida que nos rodeia e nos preenche! Sem entrega, não conseguimos amar ou ser amados plenamente!


O amor, em sua potência transformadora, exige entrega. Mas para muitos de nós, essa entrega desperta medo. Medo de se perder, de ser ferido, de não ser suficiente. E, mais profundamente, medo de sentir. O corpo muitas vezes responde com tensão, retração ou anestesia quando nos aproximamos da intimidade real.


É no corpo que o medo da entrega se manifesta primeiro: um peito que não expande, um ventre contraído, ombros que se fecham, olhos que evitam o contato. Não se trata apenas de um processo racional ou emocional — é somático. O corpo aprende a se defender do amor quando ele foi, no passado, confundido com dor, abandono ou controle.


Trabalhar o corpo é essencial para experimentar o amor! Técnicas de respiração consciente, toque terapêutico, meditações ativas e práticas da sexualidade somática são caminhos para reeducar nosso sistema nervoso e permitir que ele reconheça o amor como algo seguro. Quando acessamos essas camadas mais profundas, é possível soltar os padrões de proteção e abrir espaço para uma nova experiência de vínculo: mais presente, mais autêntica, mais livre.


Entregar-se ao amor não é sobre ser salvo pelo outro, mas sobre encontrar-se mais inteiro na relação. O corpo é um grande aliado nesta jornada, desde que seja ouvido com presença e respeito, e resgatado do soterramento ao sentir provocado pelas nossas couraças musculares.. E assim, o que antes era medo, pode se tornar caminho para a intimidade verdadeira.


Os trabalhos oferecidos na Kaya Terapias possuem esta ambição: ajudar as pessoas a resgatar o seu potencial de expressão amorosa da vida que habita em cada um, e assim restaurar a confiança em estar em interação com a plenitude e abundância da vida que nos rodeia!





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